19.5.09

Dia das Mães em Mauá

Bom receber abraços e sentir o calorzinho da mão do meu filho no meu ombro, a temperua baixa, a paisagem colorida, o jogo de sinuca com amigos, a macarronada improvisada, as cervejas nos butecos da vila e olhar o rio acinzentado mas brilhante.
Uma sensação que a vida pode realmente ser boa e simples, que dá pra ser realmente feliz com qse nada, que basta estar na companhia das pessoas que amomos, a barriga cheia, uns trocados pra cerveja e pra sinuca. Isso só é possivel em mauá, acho que o verde ou os cristais da mantiqueira dão pras horas essa impressão de permanência suave e de que a vida está nas nossas mãos ou na Deus...

16.10.08

MAIS COISAS VELHAS

Essa carta foi escrita pra um amigo a alguns anos, relendo me deu muita vontade de postar por que é absolutamente delírio, ESTOU DISCUTINDO COM ELE AS “ENERGIAS NEGATIVAS” DO SAL DA MINHA CASA. Nossas conversas sempre foram e são desvairios, pena q não escrevia sempre pra me comunicar com esse querido amigo.


Volta Redonda, 03 de dezembro de 1999.

“Meu” Querido,

JR sei que não foi gentil questionar a forma que você encontrou pra tornar minha casa mais agradável, por isso vou tentar te explicar, embora ache que não adiantar muito, (já que você insiste em tentar me compreender e não apenas em me amar). Lá vai:

1º - Pode mudar tudo o que você quiser, pode jogar fora tudo que você quiser, pode criticar tudo que você quiser, mas absolutamente NÃO PODE NEM TENTAR INTERFERIR NA MINHA VIDA (cabeça, alma, espírito e similares). Esta é a única coisa necessária para conviver comigo e conservar meu respeito.

2º - Se existem “Energias Negativas” próximas de mim, elas fazem parte do meu processo de crescimento, e eu as conheço melhor que todo mundo, pois convivo com elas faz muito tempo. Qualquer interferência pode ser muito desagradável.

3º - Minha única ambição nesta vida é AMPLIAR ESCANDALOSAMENTE MINHA CAPACIDADE DE AMAR e este caminho que não tem rumo nem volta, é por isso que eu vivo a “me procurar” (“Manso ou atroz, eu caçador de mim” [Milton]). Isso absolutamente não é crise, é busca, só que SEM CABRESTO DOUTRINÁRIO, por que eu confio absolutamente na minha capacidade de gerenciar meu livre arbítrio. Quando não sabemos sobre alguma coisa nossa primeira reação é rejeitarmos, mistificamos, ou tentamos muda-la, mas existe outra alternativa, justamente a que nos possibilita desenvolvermos os outros sentidos. È óbvio que estou falando de AMOR, Não qualquer amor, mas o amor absoluto, o que realmente transforma por dentro e que nem sempre é politicamente correto (lembra do certo por linhas tortas?) As vezes não vemos Deus no imperfeito por que não conhecemos o todo. Por exemplo: Tem quem diga que o Milton é feio, mas só é se não ouvirmos a sua voz, quem o ouve e ama vê que qse se pode tocar o amor que Deus derramou sobre, dentro fora dele.
Ver deus no absurdo, este é o grande desafio, por que somos humanos e imperfeitos, mas somos capazes. Só que não adianta termos comportamentos socialmente corretos só por fora, para sermos aceitos pelos imbecis, ou uma casa limpa para os outros. Se não tivermos amor, seremos apenas mornos e medíocres. A palavra é ousadia de sentir, e fé np que é bom dentro de cada um.

4º - Como eu já disse, tenho que ampliar a minha capacidade de amar. É só o que eu quero e preciso, justamente pra saber mais (ver, ouvir, cheirar, comer, tocar, intuir, etc..) aí sim, pode ser que eu tenha alguma coisa pra ensinar pra alguém.

5º - Por enquanto eu preciso de ajuda sim, mas a única ajuda que posso receber é amor. Eu só preciso de amor. Amor incondicional, amor total. Não preciso nem quero ser compreendida e nem ser criticada. Se você tiver, puder e quiser me dar amor eu o quero todo, caso contrário, aquiete seu coração, tenha humildade e aprenda junto comigo.

Coisas que eu já sei:

A) O primeiro passo pra amar é fazer uns furos no coração que servirá para:
- Encharcar de amor é claro e aprofundar, isso é sair do raso.
- Entrar e sair o amor. Absorver e derramar.
- Filtrar “energias ruins” e tirar delas também amor (Inclusive a do sal)
- Iluminar a autrocritica


B) Só pra finalizar, algumas observações:
- O mal às vezes está dentro da gente e não fora.
- Tira a trave que está no teu olho, depois ajuda a tirar o cisco dos olhos dos outros
- Me deixe entrar no seu coração, eu sei reciclar (sem jogar nada fora)
- Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Inclusive o mal.
- É absolutamente inquestionável que o Bem é maior que o mal, porem o mal é útil ao bem (isso é Fé)
- Pare de ver maldade em tudo, isso só faz com que ela cresça dentro de você
- Tente só me amar, sei que é difícil, mas o resto qualquer imbecil pode fazer.
- Se você continuar na superfície da vida nunca vai saber como é bom ser amado por mim. (Não adianta, você ainda não sabe./ Venha sem medo e mergulhe no escuro de na luz do meu ser, que é humano e divino).
- Tudo o que eu quero é ver o teu amor (alma) vazando dos teus olhos, se misturando nos teus gestos, dando o tom da tua voz (mole ou não), determinando tuas atitudes e ampliando sua capacidade de ousar.

É exatamente isso o que eu quero para mim também.

POXA EU DEVIA ESTAR MUITO BRAVA QDO ESCREVI ISSO. MUITA COISA NÃO FAZ NENHUM SENTIDO AGORA, MAS Que EU TAVA MUITO PUTA DA VIDA ISSO TAVA. KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Coisas antigas, pra não esquecer

Antes que o Alzaimer cheque e me leve as lembranças e os papais se rasguem ou fiquem esquecidos num fundo de gaveta, vou registrar aqui emoções passadas. Literatura pobre, emoções intensas de dores e alegrias. Minhas!!!

MENINO

Ao te ver assim correndo livre,
Pernas, peito, braços fortes,
A morenisse suada do seu corpo
Refletindo o sol da tarde.

Dá pra ver o azul do céu a se a misturar
Ao marrom chocolate da sua pele.
Essa visão enche meu corpo de desejo
E minha alma de alegria,
Numa necessidade de te amar primeiro.
Ver nos teus olhos de esmeraldas
A luz da vida iluminar-me por inteiro.
Colher dos teus lábios cheios e macios
Beijos de amor e mil caricias.

Dar-te meu amor tão puro e cristalino
E encontrar a plenitude do amor
No teu sorriso de menino.


QUERIA

Queria ser poeta
Para saber misturar
O sal do suor
Com o brilho do olhar
E transformar com coragem
O desejo vazio
Deste selvagem cio
Em flores que beijam o rio
E que com as águas se deixem levar.

Eu queria ser poeta
Para poder combinar
A agonia do inferno
Com sua maneira de andar
E transformar com ousadia
As dores desses meus dias
Em plumas que com o vento se deixam levar.

VIDA E MORTE

É Esse amor é o que me mantém úmida
É Essa umidade me faz fecunda
Que mantém ardente a origem
E projeta a vida no futuro.

É esse amor o que me volatiliza
O que me torna fluida
O que me faz deslizar por sobre a vida

O que me faz deslizar por sobre a vida, até.
O ultimo sopro, até.
A última luz, até.
A ultima gota, até.
A última flor, até.
O ultimo cio, até.
O ultimo gesto, até.
A primeira lágrima da razão

Essa razão é o que me torna árida
E essa aridez me faz estéril
Aniquila a semente
E planifica a vida no presente

É essa razão o que me solidifica
O que me torna estável
O que me faz rastejar dentro da vida.

O que me faz rastejar dentro da vida até
O ultimo sopro,
A ultima gota,
O ultimo gesto
Até...


MALDIÇÃO
Malditos sejam seus olhos
Malditas sejam suas mãos
Maldito seja seu corpo
Maldito seja seu sexo
Maldito seja você
Amém!



UMA HISTORIA DE AMOR

Um Olhar Ao Acaso
Só Olhos E Boca
Palavras Poucas

A Pele
O Corpo
O Suor
O Olhar
A Cor
O Sorriso A Boca

O Coração Acelera
A Pele Arrepia
O Desejo
O Cio

O Toque Suave
O Amor
O Beijo
A Música
O Medo

Olhos Na Alma
Alma Escorrendo Pelo Corpo
Dedos Trêmulos
Músculos Frouxos

O Beijo Molhado
De Boca Inteira
Chocolate
Morango
Pêra Madura
O Cheiro
A Saliva

O Toque Suave
O Desejo Cresce
A Pele Arrepia
A Ousadia
O Olimpo
A Ventania
O Cavalo Alado
Lilás
Maravilha



AGORA FICA ASSIM

Depois de tantos caminhos percorridos
Agora fica assim
Você é o lugar bom em mim

Com você conheci o céu e seus prazeres
Teus olhos, teus gestos teu sorriso, teu cheiro.
Tudo o que te habita é belo, é mágico.
Transcende as fronteiras da realidade.

Por você percorri todos meus infernos
Desertos, pântanos, florestas sombrias.
Agora sei que meu caminhar é continuo
Mas quando eu vislumbrar o céu e o mar
A se confundirem na linha do horizonte
Estarão presentes em mim as marcas do meu tempo
E ostentarei então delicadas tatuagens sobre a língua.

Porem, agora fica assim:
Você é o lugar bom em mim.




VOCÊ

Você que homogeneizou em mim os prazeres do céu e as dores do inferno,
Fundindo a treva e a luz nesta tonalidade tonta de eternas auroras.

Você que me deu de beber desse coquetel alucinante onde o néctar dos deuses
Se misturou ao fel dos demônios, e me permitiu apenas as sensações mornas.

Você que habita o mar e navega nas estrelas, que me enclausura.
Nas cavernas da montanha e mesmo assim me chama.

Você que me morde e lambe, que me fere e cura, Que me ressuscita.
Só pra me matar de amor.




CAPITULO FINAL

Uma praia deserta ao entardecer de verão, ele vem saindo do mar, caminhando com seus passos pesados sobre a areia quente, cansado se estendo ao meu lado, calado. Deixo-o relaxar e começo dizendo o quanto gostaria que o tempo parasse qdo estou do seu lado. Digo que gostaria que ele entendesse que o nosso caso tinha tudo para ser uma coisa bonita, tão bonita como o reflexo do sol no mar naquela tarde. Ele escuta, e como sempre não fala, apenas olha o mar, e lentamente se vira e me olha, me olha e me desconserta com aquele olhar de infinito que a tudo abrange. Desvio meus olhos pra não me perder de novo no abismo da paixão passada e conservar a razão. Então divago em teorias que ele não entende, pensando que posso faze-lo entender que o meu amor é tudo o que eu tenho de belo. Pergunto inutilmente se as angustias destes anos todos o marcaram e se ele sofreu? – ele me responde indolente que não houve angustias, não houve dor. Bem sei que não é verdade, mas que importa a agora a verdade se tudo acabou?
Acabou! Acabou o sonho, a ilusão, a doçura, fica apenas um vazio, e esse medo do nada. Levanto-me em silêncio e deixo-o com sua calma eterna a olhar o mar, e mais uma vez me pergunto: em que estará pensando? Caminho vagarosamente na esperança última de que ele me chame e me diga que tudo em volta não importa, que podemos ser felizes mesmo com todos os preconceitos que nos cerca, mas ouço apenas o barulho das ondas a se desmancharem na areia. Olho mais uma vez em sua direção, ele continua lá, imóvel como uma estátua de um deus, esculpida em bronze. Continuo a caminhar em direção a minha vida e da realidade, consciente de que o maior dos meus sonhos ficou ali na areia, ou foi-se com o mar, ou o sol o levou consigo pra complementar seu calor.
Uma coisa apenas será pra sempre um mistério para mim: eu jamais saberei o que foi para ele esse amor. Talvez para ele o primeiro, mas pra mim com certeza o último.


PARA NÃO TER SAUDADES

Queria guardar na boca
O gosto suave do teu hálito,
O gosto do vinho e do afeto

Queria guardar pra sempre na memória
O perfil nítido do teu rosto
Como o perfil sereno e azul da serra de Itatiaia.

AMIGO

Meu amigo que me dá colo
Que me acaricia com os olhos
Que supera o medo e mergulha
No escuro e na luz de mim,
E me ama assim, com amor de criança.

Meu amigo que me dá a mão
E sem saber me guia
Transformando minhas perguntas
Em emoções mais sólidas.

Meu amigo, eu te abraço,
E te aconchego ao meu peito nu
E te devolvo a ti
Inteiro como me veio
Mas também amado.

NÓS

Na mistura do eterno éter
Que ocupa o espaço
E preenche as lacunas
Nós nos damos
Nós nos damos e não nos temos
E tememos os tolos danos que nos causamos
Nos afastamos
Nos enganamos
Mas nos queremos
Assim confusos
Assim difusos
Assim serenos

SOLIDÃO

Repenso e revejo os corpos e bocas
Nos rostos que não voltam mais
A solidão usa a mascara da noite e me assusta
Mas se repete infinitamente
E se esconde no meu rosto
Procuro as lacunas, com desespero de quem morre.
Enfim encontro fragmentos dessa solidão
Tão antiga, já cativa,
Quase amiga.

MEDO

Agora de novo o medo
Um medo maior que o medo primeiro
Um medo puro de me perder nesse encantamento.

15.10.08

A minha conversão

Ou de como mudei de economista ortodoxa pra uma delirante esquerdista.

Formei-me em Economia lá pelos idos de 1981, era uma estudante medíocre porem entusiasmada com as novidades que aprendia. Comecei minha carreira profissional em 1980, fazendo estágio em uma das empresas que pagam melhor na cidade. Em outra hora vou contar como foi essa década pra uma mulher, afro-descendente, pobre porem formada igualar seu salário com o dos meninos. Agora só vou falar de como um jovem soldador ativista do sindicato dos metalúrgicos me converteu de estudante de pós-graduação ortodoxa em uma delirante e entusiasmada eleitora de Lula.
A fábrica em q trabalhava era uma metalúrgica, com um sindicato atuante, porem formado por profissionais qualificados, mas sem escolaridade, eles tinham um jornal q vez por outra chegava na administração para nosso deleite com os erros de português, na verdade nunca demos muita importância para as reivindicações por que a maioria delas nos parecia incabíveis e eram carregadas de agressividade que achávamos desnecessárias e desrespeitosas. Santo Deus! Escrevendo, agora sinto vergonha, como eu era besta. A primeira paralisação nos pegou de surpresa, quando chegamos na fábrica, a administração foi impedida de entrar, ficamos zanzando por lá até saber o q fazer, como não apareceu ninguém pra explicar ou pra nos orientar, nem da diretoria nem da organização da greve, fomos embora, almoçar no Rei dos Salgadinhos, vulgo Cospe Grosso. Ah!! Nessa época não era incomum mulheres freqüentarem esse boteco, mas lá tinha e tem o melhor salgadinho da cidade. Bem, no dia seguinte de novo a greve, dessa vez a administração entrou e produção continuava sua luta lá fora por melhores condições de trabalho e salários. Até Juarez Antunes esteve no pátio reforçando as reivindicações dos camaradas dele.. q nessa época não eram nem de longe meus camaradas.. eu só acha aquela situação absurda perda de tempo e falta do que fazer, afinal aumento de salário se consegue com competência, pensava eu... Aiai!! Como eu era ingênua e besta! Depois de algum tempo e muita negociação um índice de reajuste foi acordado entre as parte e tudo voltou aparentemente pro lugar, pelo menos para os que não foram demitidos, e nós da administração, confortavelmente sentados em nossas salas aclimatadas obtivemos o mesmo reajuste que eles, os baderneiros.
Bem vou cortar um pouco o caminho até pq nos me lembro muito bem das datas e fartos. Numa das muitas paralisações desse período, estava indo pra casa de carona com um amigo e este para pra conversar com um dos ativistas da greve. Ele debruçou na janela do carro e estava explicando os motivos da greve, o que eles sentiam e o que queriam. Era um jovem soldador do qual eu já ouvira falar por sua competência e qualidade de seu trabalho, só que nesse dia eu vi uma coisa q até então nem imaginava q existisse: olhos com brilho das estrelas. Lembro q fiz um comentário, assim meio arrevesado de que era sonho, que eles nunca iriam alcançar aquilo, só daqui a 50 anos. O que ouvi foi o seguinte: Daqui a 50 anos começa pode começar hoje. E era tanto fogo naquele olhar que me perturbou. Vim pra casa pensando naquilo, no porque daquele jovem talentoso jogar o com futuro assim, depois daquela greve ele estaria demitido e provavelmente não conseguiria emprego fácil na região, pois todos os ativistas eram registrados e ficam marcados.
Sempre que me lembrava desse episodio alguma coisa mexia dentro da minha cabeça, comecei a prestar mais atenção á política da minha cidade, a ter um censo crítico mais aguçado a respeito das decisões que eram tomadas no país. No ano de 1986 teria eleição pra prefeito e eu cansada de me irritar com os comícios q eram feitos aqui na minha rua resolvi q iria entrevistar os candidatos e saber os seus projetos, isso é, iria questiona-los pessoalmente. Assim foi, até que em veio o PT, um partido suspeito, num caminhãozinho velho, e as duas professoras, candidatas a Prefeito e a vice. Algumas pessoas riram quando eles chegaram aqui na praça e realmente chegava a ser ridícula a condição financeira da candidatura delas. Como eu vinha fazendo com os outros candidatos fui lá conversar com elas antes do comício. Qual não foi minha surpresa ao encontrar na comitiva o tal rapaz de olhos de fogo. Nesse momento começou a minha conversão. Conversamos por muito tempo, e a cada argumento ortodoxo meu, ele tinha um contra argumento absolutamente sensato e coerente, ele conhecia Adan Smit, Ricardo, Marx. Ele leu O Capital, enquanto eu que arrotava conhecimento adquirido nos bancos da escola só conhecia algumas partes relacionadas em outras literaturas. Na semana seguinte eu tava na janela e eis q aparece meu ex-colega de moto, ele veio me fazer uma visita e ficamos novamente conversando por boas horas, eu cada vez mais sem norte, meus conceitos todos caindo e uma nova visão de desenhando diante dos meus olhos atônitos e encantados. Ele me perguntou: se eu te der um livro, você lê? Claro eu disse.
No sábado ele aparece com uma garrafa de vinho e um livro, acho q a essa altura do campeonato eu não via mais meu ex-colega de trabalho e sim o próprio Che Guevara chegando de moto e blusão de couro. Dessa vez eu o convidei pra entrar e ficamos agora amigavelmente discutindo as teorias do Marx, onde e por que Lenine e Stalin estavam certos ou errados e sonhamos com mundo de justiça, de igualdade, de trabalho e desenvolvimento. Tomamos o vinho enquanto ele me mostrava nas páginas do livro as passagens mais absurdas do sangrento massacre do Araguaia, quando ele levantava os olhos da pagina que tínhamos acabado de ler juntos pra me falar entusiasmado das coisas que ele acreditava e pelas quais ele lutava, eu vi todo minha ortodoxia ser queimada, estava enfim convertida. No dia seguinte, tomamos o café da manha tarde e eu não vi mais por um bom tempo. Fiquei sabendo muito depois q ele estava trabalhando num desses países visinhos do sul, pois por aqui seu nome tava mesmo na lista negra. Anos depois votei convicta e emocionada no Luiz Inácio Lula, que saia candidato pela primeira vez.
Ah!!!. Achou que eu ia contar o que aconteceu depois do vinho? Prefiro não comentar!!! kkkkkkkkkk

14.10.08

A Flor da Pele

Ando meio que assim, a flor da pele, é como se o amor voasse em rodopios sobre minha cabeça e nunca pousasse, e assim, com a alma em alvoroço eu durmo e sonho abismos, mares e melodias, acordo lânguida, tonta, enluarada ao meio dia.